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Definitivamente não é 'passo a passo'
Step by Step não faz jus ao nome. O drama pulou todos os passos necessários para entregar uma narrativa coerente e coesa. Na verdade, ele conseguiu fazer o mais difícil: com episódios longos (mais de uma hora), ele falha em desenvolver todos os personagens secundários e, até mesmo, o foco do drama - o casal principal. Ou seja, não consegue fazer o mínimo.
Vamos começar pelo mais fácil: aquele amigo que tem crush na Ae. Apresentaram esse conflito e depois morreram com ele. Na reta final do drama, houve uma espécie de conclusão, com ele se declarando e a Ae falando que já sabia dos sentimentos dele. E fim. O plot teve, literalmente, começo e fim, mas nada no meio. Terminou do mesmo jeito que começou: do nada. Não influenciou em absolutamente nada na história, não mostrou o conflito do cara, como esse sentimento poderia ter afetado relações e alterado a dinâmica do grupo. NADA. Simplesmente não há razão de existir.
Agora os colegas de trabalho. O drama começa mostrando o quão difícil está sendo para o Pat se adaptar ao novo emprego, principalmente por causa do tratamento dos colegas que, em suma, é tóxico. Abusam da boa vontade dele, das relações de poder, além dos momentos de assédio sexual e moral, e homofobia. Um prato cheio para aprofundar as problemáticas do mundo corporativo para pessoas LGBTQIAPN+ e como uma relação amorosa entre chefe e subordinado fica no meio de tudo isso (ainda mais uma relação homossexual). Mas é claro que não vemos nada disso. As cenas de escritório foram distanciadas, assim como os personagens daquele núcleo, que somem por boa parte dos episódios. Mais uma mais vemos personagens sendo apresentados e largados de mão. E, pra piorar, quando um deles volta a ter mais destaque na narrativa, a Ying (a que virou autora de BL no final), aparece com outra personalidade. Ela era uma das pessoas mais absurdas daquela empresa que, de repente, vira uma fada sensata. Coerência? Não temos.
O Chot é um mar de carisma. Não é à toa que é um dos personagens mais adorados do drama (o jeito espalhafatoso e intrometido dele me irrita profundamente, mas isso é um problema unicamente meu). Ele tem uma representação bastante importante ao mostrar um gay afeminado em uma relação longa e estável com alguém que ainda está no armário. Somos apresentados a uma problemática bacana sobre o processo de sair do armário, como isso afeta a relação com alguém que já está fora dele, a confiança que um tem no outro, a espera etc. Se eles abordam todo esse processo? Já sabemos a resposta. Temos poucas cenas com os dois, mas todo o cerne dessa situação é apresentado num diálogo entre o Chot e o Pat e é resolvido em seguida com.... uma ligação do namorado falando que se abriu pros pais e que os dois foram convidados pra jantar com eles. É isso. Um situação tão importante foi resolvida com uma cena onde nem vemos a cara do namorado.
Mas o que mais me indignou foi o desenvolvimento (inexistente) do casal secundário. O próprio nome já diz: casal secundário, logo, supõe-se que eles teriam certo destaque na narrativa. E isso (quase) se confirmou quanto teve um episódio, no começo do drama, praticamente dedicado a apresentar a história deles. Porém ficou por aí mesmo. Vimos que o Jaab gosta do Jane e o Jane está confuso. Jane termina com o namorado e há uma briga com o Jaab, que não teve nenhuma espécie de embasamento. Jane, numa decisão desnecessariamente drástica, larga a vida que construiu e volta pra casa, e não vemos a resolução da história. Jaab, do nada, começa a namorar alguém que nem vemos, termina com esse alguém, vai buscar o Jane na casa dele, Jane está no Japão e, depois de dois anos, Jaab vai pro Japão atrás dele. Se me dissessem que o ator que faz o Jane foi demitido da produção e não souberam como continuar com o plot do casal, eu acreditaria completamente, porque eu nunca vi algo tão mal elaborado.
Vou finalizar com o casal principal, que foi o problema menos severo, mas ainda um problema relevante. Minha estranheza começou com o Pat aceitando voltar a namorar o Put, pois não foi uma atitude coerente com o desenvolvimento do personagem. Suas atitudes demonstravam amadurecimento e superação em relação ao relacionamento deles; sempre me pareceu uma pessoa muito bem esclarecida. Eu, pelo menos, não enxerguei dúvida ou hesitação nos momentos de convivência deles durante as gravações do comercial. Mas tudo bem, eles voltaram a namorar, o Pat percebeu que realmente se equivocou e aí veio o término do namoro. Pat também nunca demonstrou interesse amoroso pelo Jeng depois que ele se tornou seu chefe. Aquele clima que surgiu no momento que eles se conheceram foi quebrado rapidamente. Depois disso, não veio mais nada. No máximo umas olhadas de quem reconhece o quão bonita uma pessoa é. Por outro lado, sempre ficou claro o crescente interesse do Jeng pelo Pat. Talvez o desenvolvimento do Jeng tenha sido o único aspecto coerente da trama. Num momento de vulnerabilidade, quando ele diz ao Jaab que não vê nos olhos do Pat reciprocidade de sentimentos, eu não poderia concordar mais! Porque realmente isso não é demonstrado de nenhuma forma. Por isso, aquela reação exagerada que o Pat tem quando descobre que o Jeng gosta dele não faz o menor sentido. Até tentei passar um pano quando vi, poderia ser a reação de alguém que não acredita que poderia atrair a atenção de uma pessoa como o Jeng, mas depois o Pat corre atrás do Jeng e fala que gosta dele também e aí não entendi mais nada. É como se tivesse virado uma chavinha nos sentimentos dele.
As coisas já estavam estranhas antes, mas o episódio 9 foi o pináculo de tudo. Dali em diante foi uma sequência de eventos desconexos. Se a versão sem cortes estava assim, quero nem imaginar a versão com cortes. O episódio 12 seria perfeito se todo o resto fizesse sentido. O aspecto positivo do drama que mais chamou a atenção foi a química entre Jeng e Pat. As cenas dos dois juntos são bem naturais e críveis, não tem aquele "travamento" que costumamos ver em BLs (quando dois atores heteros e "brothers" claramente estão desconfortáveis um com o outro nas cenas mais íntimas). Infelizmente, eles não seguram muito bem as cenas mais emocionais. Ver o Man chorando me dá vontade de chorar também, mas de vergonha mesmo.
Vamos começar pelo mais fácil: aquele amigo que tem crush na Ae. Apresentaram esse conflito e depois morreram com ele. Na reta final do drama, houve uma espécie de conclusão, com ele se declarando e a Ae falando que já sabia dos sentimentos dele. E fim. O plot teve, literalmente, começo e fim, mas nada no meio. Terminou do mesmo jeito que começou: do nada. Não influenciou em absolutamente nada na história, não mostrou o conflito do cara, como esse sentimento poderia ter afetado relações e alterado a dinâmica do grupo. NADA. Simplesmente não há razão de existir.
Agora os colegas de trabalho. O drama começa mostrando o quão difícil está sendo para o Pat se adaptar ao novo emprego, principalmente por causa do tratamento dos colegas que, em suma, é tóxico. Abusam da boa vontade dele, das relações de poder, além dos momentos de assédio sexual e moral, e homofobia. Um prato cheio para aprofundar as problemáticas do mundo corporativo para pessoas LGBTQIAPN+ e como uma relação amorosa entre chefe e subordinado fica no meio de tudo isso (ainda mais uma relação homossexual). Mas é claro que não vemos nada disso. As cenas de escritório foram distanciadas, assim como os personagens daquele núcleo, que somem por boa parte dos episódios. Mais uma mais vemos personagens sendo apresentados e largados de mão. E, pra piorar, quando um deles volta a ter mais destaque na narrativa, a Ying (a que virou autora de BL no final), aparece com outra personalidade. Ela era uma das pessoas mais absurdas daquela empresa que, de repente, vira uma fada sensata. Coerência? Não temos.
O Chot é um mar de carisma. Não é à toa que é um dos personagens mais adorados do drama (o jeito espalhafatoso e intrometido dele me irrita profundamente, mas isso é um problema unicamente meu). Ele tem uma representação bastante importante ao mostrar um gay afeminado em uma relação longa e estável com alguém que ainda está no armário. Somos apresentados a uma problemática bacana sobre o processo de sair do armário, como isso afeta a relação com alguém que já está fora dele, a confiança que um tem no outro, a espera etc. Se eles abordam todo esse processo? Já sabemos a resposta. Temos poucas cenas com os dois, mas todo o cerne dessa situação é apresentado num diálogo entre o Chot e o Pat e é resolvido em seguida com.... uma ligação do namorado falando que se abriu pros pais e que os dois foram convidados pra jantar com eles. É isso. Um situação tão importante foi resolvida com uma cena onde nem vemos a cara do namorado.
Mas o que mais me indignou foi o desenvolvimento (inexistente) do casal secundário. O próprio nome já diz: casal secundário, logo, supõe-se que eles teriam certo destaque na narrativa. E isso (quase) se confirmou quanto teve um episódio, no começo do drama, praticamente dedicado a apresentar a história deles. Porém ficou por aí mesmo. Vimos que o Jaab gosta do Jane e o Jane está confuso. Jane termina com o namorado e há uma briga com o Jaab, que não teve nenhuma espécie de embasamento. Jane, numa decisão desnecessariamente drástica, larga a vida que construiu e volta pra casa, e não vemos a resolução da história. Jaab, do nada, começa a namorar alguém que nem vemos, termina com esse alguém, vai buscar o Jane na casa dele, Jane está no Japão e, depois de dois anos, Jaab vai pro Japão atrás dele. Se me dissessem que o ator que faz o Jane foi demitido da produção e não souberam como continuar com o plot do casal, eu acreditaria completamente, porque eu nunca vi algo tão mal elaborado.
Vou finalizar com o casal principal, que foi o problema menos severo, mas ainda um problema relevante. Minha estranheza começou com o Pat aceitando voltar a namorar o Put, pois não foi uma atitude coerente com o desenvolvimento do personagem. Suas atitudes demonstravam amadurecimento e superação em relação ao relacionamento deles; sempre me pareceu uma pessoa muito bem esclarecida. Eu, pelo menos, não enxerguei dúvida ou hesitação nos momentos de convivência deles durante as gravações do comercial. Mas tudo bem, eles voltaram a namorar, o Pat percebeu que realmente se equivocou e aí veio o término do namoro. Pat também nunca demonstrou interesse amoroso pelo Jeng depois que ele se tornou seu chefe. Aquele clima que surgiu no momento que eles se conheceram foi quebrado rapidamente. Depois disso, não veio mais nada. No máximo umas olhadas de quem reconhece o quão bonita uma pessoa é. Por outro lado, sempre ficou claro o crescente interesse do Jeng pelo Pat. Talvez o desenvolvimento do Jeng tenha sido o único aspecto coerente da trama. Num momento de vulnerabilidade, quando ele diz ao Jaab que não vê nos olhos do Pat reciprocidade de sentimentos, eu não poderia concordar mais! Porque realmente isso não é demonstrado de nenhuma forma. Por isso, aquela reação exagerada que o Pat tem quando descobre que o Jeng gosta dele não faz o menor sentido. Até tentei passar um pano quando vi, poderia ser a reação de alguém que não acredita que poderia atrair a atenção de uma pessoa como o Jeng, mas depois o Pat corre atrás do Jeng e fala que gosta dele também e aí não entendi mais nada. É como se tivesse virado uma chavinha nos sentimentos dele.
As coisas já estavam estranhas antes, mas o episódio 9 foi o pináculo de tudo. Dali em diante foi uma sequência de eventos desconexos. Se a versão sem cortes estava assim, quero nem imaginar a versão com cortes. O episódio 12 seria perfeito se todo o resto fizesse sentido. O aspecto positivo do drama que mais chamou a atenção foi a química entre Jeng e Pat. As cenas dos dois juntos são bem naturais e críveis, não tem aquele "travamento" que costumamos ver em BLs (quando dois atores heteros e "brothers" claramente estão desconfortáveis um com o outro nas cenas mais íntimas). Infelizmente, eles não seguram muito bem as cenas mais emocionais. Ver o Man chorando me dá vontade de chorar também, mas de vergonha mesmo.
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